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Pioneirismo e Resiliência: conhe?a a trajetória de Flávio Almeida como pioneiro da avia??o na Amaz?nia

Flávio Almeida,ênciaconhe?aatrajetóriadeFlávioAlmeidacomopioneirodaavia??onaAmaz?festa simples do blaze nascido em 1939, iniciou sua carreira na avia??o em Londrina, no Paraná, como limpador de aeronaves.

Em 1964, ele se mudou para Santarém, no oeste do Pará, e fundou a Real Aerotáxi, uma das primeiras empresas de táxi aéreo profissional da regi?o.

Em 1976, ele sofreu uma tragédia aérea que lhe custou a perda da esposa, quatro filhos e o sócio dele.

1 de 10 Flavio Almeida (camisa vermelha) e família — Foto: Arquivo Pessoal

A história de Galdino Flávio de Almeida, um dos pioneiros da avia??o na Amaz?nia, é marcada por momentos de grandes desafios, supera??es e contribui??es decisivas para o desenvolvimento da avia??o no Brasil, especialmente na regi?o do Tapajós. Nesta reportagem, a editoria Por Dentro da História conta a trajetória desse piloto que construiu um legado na avia??o.

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O g1 Santarém entrevistou para essa reportagem o filho mais velho de Flávio, o Fabrício Almeida, e também o pesquisador Cristovam Sena. Eles contaram curiosidades e fatos da vida do comandante.

Nascido em Sert?ozinho, interior de S?o Paulo, no dia 11 de abril de 1939, Flávio come?ou sua jornada no mundo da avia??o movido por uma paix?o que surgiu na juventude, quando seus primeiros passos foram dados em fun??es simples, como a limpeza de aeronaves, até se tornar piloto e empresário de sucesso. Mas o primeiro sonho da vida dele era ser caminhoneiro.

2 de 10 Ele foi pioneiro da avi?o na regi?o do Tapajós — Foto: Arquivo Pessoal

A infancia de Flávio foi marcada pelas mudan?as constantes de cidade devido à profiss?o de seu pai, um administrador de fazendas. Mas foi em Londrina, no Paraná, onde ele iniciou sua carreira aeronáutica. Ali, trabalhando em uma empresa de táxi aéreo, come?ou de baixo, mas rapidamente demonstrou o talento e dedica??o, conquistando a oportunidade de financiar o próprio curso de pilotagem.

“Ele tinha o sonho de ser caminhoneiro, porque o vizinho tinha um caminh?ozinho e ele queria ser caminhoneiro. E no final, a irm? mais velha casou com um empresário de Londrina, e esse empresário, sócio de uma empresa de táxi aéreo, convidou Flávio para morar com ele, para bancar os estudos dele. Ent?o, o cunhado convidou, tirou ele da ro?a e colocou ele lá na oficina, mas meu pai trabalhava de limpador de avi?o, limpador de pátio, come?ou com os mecanicos. Ent?o ele bancou o próprio curso dele, fazendo as coisas básicas que você faz em uma oficina de aeronave”, contou Fabrício.

Início da carreira

3 de 10 lávio Almeida no início da carreira de piloto — Foto: Arquivo Pessoal

Com o início da carreira de piloto, Flávio logo se destacou. A trajetória dele foi alicer?ada em uma forte disciplina e uma busca incessante por novas oportunidades. Na década de 1960, o avan?o das estradas no sul do Brasil diminuiu a demanda por táxi aéreo, levando Flávio a buscar novos horizontes. Foi ent?o que, em 1964, ele tomou a decis?o que mudaria sua vida: se mudar para Santarém, no oeste Pará, em busca de oportunidades na crescente demanda por transporte aéreo na regi?o, impulsionada pela corrida do ouro.

Pioneirismo na avia??o na Amaz?nia

4 de 10 Flávio transformou a avia??o no Tapajós, conectando comunidades isoladas e levando desenvolvimento para a regi?o — Foto: Arquivo Pessoal

Em Santarém, Flávio n?o apenas se estabeleceu como piloto, mas também como empresário. Ele fundou a Real Aerotáxi, uma das primeiras empresas de táxi aéreo profissional da regi?o. A empresa prestava servi?os de transporte aéreo para órg?os como a Funda??o Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Instituto Nacional de Coloniza??o e Reforma Agrária (Incra), além de realizar miss?es importantes como a abertura de pistas de pouso em áreas remotas da Amaz?nia, facilitando o acesso a comunidades isoladas e contribuindo para o desenvolvimento da infraestrutura regional.

Flávio foi também um dos grandes responsáveis pela introdu??o de práticas mais profissionais no setor de avia??o garimpeira, que, na época, era essencial para as opera??es de resgate e transporte na regi?o. A atua??o n?o se limitava ao transporte de pessoas, mas incluía servi?os que ajudaram a integrar e desenvolver a regi?o Norte do Brasil.

5 de 10 Flávio se tornou um pioneiro essencial para o crescimento da avia??o na Amaz?nia — Foto: Arquivo Pessoal

“Por isso que o pessoal fala que ele é um dos pioneiros, digamos assim, porque foi quando come?aram a profissionalizar, entre aspas, que é uma avia??o de risco, arco e flecha, mas come?aram a profissionalizar essa avia??o para os garimpos da regi?o. Ele comprou um avi?ozinho inicial e fazia os voos. E depois ele conheceu outro empresário do ramo, que era o Pérez, que era mais velho que ele, com quem ele fez sociedade. E aí eles criaram uma empresa de táxi aéreo, que é a Real Aerotáxi”, explicou Fabrício.

6 de 10 O pioneirismo de Flávio na avia??o garimpeira — Foto: Arquivo Pessoal

Tragédia e supera??o

Entretanto, a vida de Flávio também foi marcada por uma tragédia que deixou cicatrizes profundas. No dia 27 de janeiro de 1976, em um acidente aéreo fatal, perdeu a esposa, quatro filhos e o sócio dele.

O acidente aconteceu após a troca de fun??es com outro piloto, e a dor dessa perda foi imensurável.

"Ele estava vendo o avi?o decolar e aparentemente o piloto teve um ataque cardíaco logo na decolagem", relembra Fabrício Almeida, filho de Flávio.

O avi?o, logo após decolar, perdeu o controle e caiu de dorso, pouco tempo depois de ganhar altitude. "Foi um acontecimento que marcou profundamente a vida do meu pai e a vida de qualquer pessoa. Ele e o filho do sócio, que era o piloto da aeronave, foram os primeiros a chegar no local do acidente", contou Fabrício.

Ao se aproximar do avi?o, Flávio teve de fazer o que ninguém gostaria: recolher os corpos das vítimas. Dentro da aeronave estavam o piloto e sete passageiros, sendo: os quatro filhos de Flavio, com idades que variavam de 8 anos a 2 anos, a esposa dele, o sócio dele (piloto), a esposa e uma sobrinha do sócio. O acidente, que aconteceu na pista do Piquiatuba, gerou como??o em toda a cidade de Santarém.

Após a tragédia, Flávio encontrou for?as para recome?ar. Casou-se novamente dois anos depois, tendo três filhos com sua segunda esposa Francely Almeida, filha de um de seus grandes amigos.

A vida profissional do comandante continuou com a funda??o da áquila Táxi Aéreo, em 1980, uma empresa que operou até 2012 e foi responsável por importantes miss?es de transporte aéreo na regi?o. Atualmente, o piloto mora com a família no estado de S?o Paulo.

Reconhecimento e legado

7 de 10 Mesmo após a aposentadoria, Flávio continuou a preservar a memória da avia??o — Foto: Arquivo Pessoal

Ao longo de sua carreira, Flávio recebeu vários reconhecimentos por suas contribui??es à avia??o e ao desenvolvimento da Amaz?nia. Em 1998, foi agraciado com a Medalha Jo?o Filipe Bettendorf, concedida pela Prefeitura de Santarém, em reconhecimento à sua dedica??o ao progresso da regi?o.

A trajetória de Flávio n?o se limitou ao campo profissional. Mesmo após a aposentadoria das opera??es de sua empresa, ele continuou a ser uma figura respeitada, participando de eventos e encontros para preservar a memória da avia??o da regi?o. Em 2016, Flávio esteve presente no primeiro Encontro de Pilotos da Regi?o do Tapajós, evento que reuniu veteranos da avia??o para rememorar os tempos de ouro da avia??o amaz?nica.

Uma história de dedica??o e amor pela avia??o

8 de 10 Ele perdeu a primeira esposa, filhos e o sócio em tragédia — Foto: Arquivo Pessoal

Aos 85 anos, prestes a completar 86 em 11 de abril de 2025, Flávio Almeida segue sendo um exemplo de resiliência, coragem e paix?o pelo que faz. Sua história continua viva e é um legado n?o apenas para a avia??o, mas também para as gera??es futuras que ter?o a oportunidade de conhecer o impacto de sua trajetória na história da avia??o brasileira, especialmente na Amaz?nia.

A vida de Flávio Almeida é uma verdadeira história de resiliência, supera??o e humanidade. Para seu filho Fabrício, a figura do pai sempre foi exemplo para se espelhar, uma referência de for?a diante das adversidades.

Flávio Almeida, conhecido por sua dedica??o e coragem em momentos de crise, se tornou um exemplo n?o só para sua família, mas para todos que o conhecem. Seu filho descreve o pai como alguém que, mesmo diante de momentos de grande sofrimento e perdas irreparáveis, jamais se deixou abater pela amargura.

9 de 10 Flávio Almeida e seus três filho do segundo casamento — Foto: Arquivo Pessoal

"Algo que poderia ter feito ele um cara amargo, n?o o fez. Ele continua tocando a vida. Ele tem uma história de resiliência pesada, mas ao mesmo tempo, ele consegue te abra?ar, ele consegue dar o suporte que você precisa, né", diz o filho.

Livro "Memória Santarena"

O escritor e pesquisador Cristovam Sena compartilhou a admira??o por Flávio e o projeto de resgatar a história do comandante através do livro "Memória Santarena". Cristovam, que iniciou sua colabora??o com Flávio em 2020, contou sobre as experiências de Flávio na avia??o da regi?o, incluindo os desafios enfrentados nos garimpos e o impacto de tragédias pessoais.

Sena destacou a importancia de Flávio como um personagem essencial para a cidade de Santarém, que, embora n?o tenha nascido na cidade, se tornou um nome marcante na história da regi?o. O escritor ainda mencionou como Flávio, com sua experiência em áreas remotas, ajudou a desbravar o território amaz?nico e a construir a infraestrutura necessária para o desenvolvimento da avia??o regional.

10 de 10 Coragem nos céus da Amaz?nia garantiram um legado que perdura até hoje — Foto: Arquivo Pessoal

"Ele chegou aqui em 1964, construiu família e se tornou um dos principais nomes da avia??o local. A cidade de Santarém e a regi?o devem muito ao trabalho dele”, comentou Cristovam.

O livro, que está em processo de finaliza??o, promete ser uma obra rica em detalhes sobre a vida do comandante e sobre a história de Santarém, incluindo relatos sobre o garimpo, a convivência com os garimpeiros e os desafios da avia??o na regi?o.

O livro "Memória Santarena" será lan?ando em julho deste ano, ocasi?o em que a família de Flávio Almeida deve se reunir em Santarém para prestigiar esse momento.

"Ele teve que reconstruir sua vida em Santarém, casou, teve sua família e foi embora e hoje vive no interior de S?o Paulo. é sobre essa figura marcante que meu amigo que eu admiro, nós estamos editando mais um volume do projeto, memória Santarena”, concluiu.

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