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Homenageada no Festival Negritudes Globo, Alcione fala sobre o combate ao racismo: ‘Temos que reagir’

Alcione foi a homenageada no 4o Festival Negritudes Globo,jogos curtos que aconteceu na manh? desta quinta-feira (15) no Galp?o da Cidadania, no Rio de Janeiro.

Em entrevista ao g1, Alcione conta que sempre questionou e continua questionando o racismo no Brasil.

Neste ano, os debates giram em torno de temas como tradi??es familiares, desafios das famílias interraciais, reconstru??o do imaginário e da autoestima negra nas telas e diversidade e potência da música preta.

“O preconceito existe desde a hora que você nasce. Como meu pai dizia, 'a porta fechada é para se bater, ela tem que abrir'. Ent?o, você n?o tem que ter medo de porta fechada, de cara feia. Você n?o pode aceitar [o preconceito] n?o.”

é assim que a cantora Alcione se posiciona sobre o preconceito. Para a artista, mesmo com os avan?os sociais, o preconceito racial continua presente na sociedade.

A artista foi a homenageada no 4o Festival Negritudes Globo, que aconteceu na manh? desta quinta-feira (15) no Galp?o da Cidadania, no Rio de Janeiro.

Em entrevista ao g1, Alcione conta que sempre questionou e continua questionando o racismo no Brasil.

“N?o pode aceitar. Nós temos que encarar, temos que reagir a isso”, diz.

1 de 3 Os cantores Alcione e Mumuzinho, a atriz Isabel Fillardis e o idealizador, pesquisador e produtor do Negro Mundo, Pedro Raj?o, participam da mesa ‘As narrativas da vida e da obra de Alcione’, com media??o da jornalista Aline Midlej — Foto: Globo/Manoella Mello

O ator Tony Tornado, de 94 anos, também participou de uma roda de conversa.

“Eu já cheguei em uma novela que, das 180 pessoas, apenas eu era o negro. Ent?o, com o tempo, isso foi mudando. Acho que fui um dos precursores dessa mudan?a. Eu fico muito feliz quando vejo no áudio visual essa quantidade de negros e negras. é isso tem que aumentar ainda mais”, destaca o ator que está na TV Globo desde 1976.

Neste ano, os debates giram em torno de temas como tradi??es familiares, desafios das famílias interraciais, reconstru??o do imaginário e da autoestima negra nas telas e diversidade e potência da música preta.

2 de 3 O ator Tony Tornado, aos 94 anos — Foto: Rafael Nascimento/g1 Rio

Aos 67 anos, o ativista Ivanir dos Santos, reconhecido por sua atua??o em defesa dos direitos civis e das religi?es de matrizes africanas, destaca que a postura do Grupo Globo em rela??o à pauta racial mudou ao longo dos anos — uma transforma??o que, segundo ele, influenciou também a sociedade brasileira.

“Temos que olhar no ponto de vista histórico. No come?o, a Globo nas suas histórias, os negros eram subalternos. O que corroborava a vis?o da sociedade da época. Quando a Globo come?a a mudar a postura, a partida da mobiliza??o de negros na década de 70, com negros aparecendo com negro no poder, a sociedade vai mudando. Hoje, temos famílias negras nas novelas, nos filmes, nas produ??es da emissora. Temos negros médicos, arquitetos, empresários e todas as produ??es audiovisuais. O grande barato do Negritudes é fortalecer a participa??o dos negros no audiovisual. E isso terá um impacto no futuro”, diz Ivanir.

Festival estará em Brasília

3 de 3 Ronald Pessanha, líder do Negritudes Globo — Foto: Globo/Manoella Mello

Para Ronald Pessanha, líder do Negritudes Globo, o projeto come?ou com funcionários do Grupo Globo e se espalhou para todo o Brasil, abrindo o caminho para outras pessoas.

Este ano, o festival também acontecerá em Brasília, no dia 29 de maio. Os ingressos extras ser?o disponibilizados a parte desta quinta (15).

“O Negritudes celebra o debate e a narrativa negra. Come?amos com os funcionários e o tema foi crescendo. Hoje, estamos há 4 anos. Esse é o momento de celebra??o com marcas, agências, autores saber como trazer os negros para a tela”, diz Pessanha.

“Teremos uma edi??o especial em Brasília para falar como o áudio visual pode ser aliado na garantia de direitos O objetivo do festival é pensar como construir um futuro melhor”, acrescenta.

Ao todo, ser?o 11 mesas de debates, em 2 palcos, com um show de Teresa Cristina no encerramento.

Durante uma mesa de conversas, mediada pela jornalista Aline Midlej, o cantor Mumuzinho disse que já recorreu ao humor para lutar contra o preconceito.

“Muita das vezes, o Márcio usou do humor para se defender. O Mumuzinho precisou passar por muitos trope?os para seguir. Mas, de onde eu saí, de Padre Miguel, Realengo, tem pessoas que se inspiram no Mumuzinho. A gente pode ter sucesso, abra?ar o mundo. Mas, a gente n?o pode perder a nossa base”, disse Mumuzinho.

Alcione destacou a importancia de compartilhar vivências.

“Já me disseram que artista negro n?o poderia fazer sucesso. Mas, eu disse: ‘comigo o buraco é mais embaixo”, contou Marrom.

“Pensamos como trazer a cultura afro para o áudio visual”, destacou líder do Negritudes Globo.