'Comecei a me despedir da vida': o relato do único passageiro sobrevivente da queda de um avi?o com 123 mortos
Francisco e o poder da lideran?a servidora Carreira Valor Econ?mico.txt
Em 2013,?aservidoraCarreiraValorEcon?aguia no jogo do bicho escrevi nesta coluna a respeito dos ensinamentos do Papa Francisco após sua intensa e inspiradora passagem pelo Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude. Naquele momento, destaquei o quanto seu impacto transcendia os muros da Igreja Católica, deixando li??es valiosas também para as lideran?as políticas e empresariais brasileiras. Francisco era - e continuará sendo, a partir do seu legado - uma lideran?a servidora. Com gestos e atitudes simples, ele dispensava luxos, rejeitava privilégios e fazia quest?o de estar perto do povo. Saía do pedestal para tocar sua miss?o com humildade, presen?a e escuta. Valorizava o contato humano, a sensibilidade, o olhar atento a quem está na base. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Neste último mês, nos despedimos dele. Mas n?o da for?a do seu exemplo. Francisco n?o foi um líder de ocasi?o. Em um tempo em que muitos ainda confundem autoridade com poder e presen?a com status, ele mostrou, com gestos concretos, que liderar é servir. Servir com escuta, coragem, coerência e humanidade. Ele abdicou do papamóvel blindado para se locomover em carros simples. Preferiu viver na Casa Santa Marta em vez do Palácio Apostólico. Essas escolhas, somadas a tantas outras, comunicam tanto quanto suas palavras. Francisco entendia que símbolos têm for?a, e que um líder precisa estar em sintonia com os valores que deseja inspirar. Nas empresas, quantos s?o os líderes que ainda se escondem por trás de títulos, salas fechadas e discursos polidos, desconectados da prática? Que ocupam o topo como um lugar de privilégio, e n?o de responsabilidade? O exemplo de Francisco nos lembra que n?o há cultura forte sem coerência entre o que se diz e o que se faz. Empresas devem respeitar a ancestralidadeUma convoca??o às lideran?as do bemComo ser um bom aprendiz de feiticeiro Francisco também enfrentou resistências internas no Vaticano. Reformou estruturas, questionou privilégios, buscou mais transparência e voz para os que antes eram ignorados. Isso comprova que uma lideran?a servidora n?o é omissa. Ela age com firmeza, encara o desconforto da mudan?a e sustenta o propósito mesmo diante das críticas. Francisco também enfrentou resistências internas no Vaticano. Reformou estruturas, questionou privilégios, buscou mais transparência e voz para os que antes eram ignorados. Isso comprova que uma lideran?a servidora n?o é omissa., diz colunista — Foto: Valor O Papa mostrou que liderar com propósito n?o é ser ingênuo - é ser comprometido com o que realmente importa, mesmo que isso custe enfrentamentos e resistência. No mundo corporativo, transformar uma cultura, rever processos ou desafiar o status quo exige essa mesma coragem. A escuta era prática constante do Papa Francisco. Ele n?o precisava ter todas as respostas, mas fazia as perguntas certas, com empatia e humildade. Sua postura nos provoca: quantos líderes est?o verdadeiramente disponíveis para ouvir? Nas empresas, ainda s?o raros os espa?os genuínos de escuta. Feedbacks descem em cascata, mas pouco sobem. Uma lideran?a transformadora emerge daqueles cuja motiva??o básica de vida é o desejo de servir ao outro. Essa escolha cria possibilidades de influenciar o meio e criar condi??es para o crescimento de quem está ao redor - sejam os fiéis, no caso da igreja católica, sejam os colaboradores, clientes, fornecedores e comunidade no ambito corporativo. Líderes verdadeiros, estejam eles em qualquer esfera da sociedade, s?o (ou deveriam ser) representantes de uma comunidade. Devem possuir uma miss?o, exercer a solidariedade, acolher o ser humano em todas as dimens?es e papéis. Francisco nos deixa um legado que vai muito além da fé. Deixa uma convoca??o ética e profundamente humana para todos aqueles que ocupam posi??es de lideran?a. Que possamos aprender com sua simplicidade, com sua escuta ativa, com sua coragem moral e integridade. E, acima de tudo, com sua capacidade de inspirar pelo exemplo. Vicky Bloch é fundadora da Vicky Bloch Associados, professora do IBGC, da FIA e membro de conselhos de administra??o e consultivos
