Jovem foge de 'tribunal do crime' após ser sequestrado e torturado em MT

Enquanto a Síria tenta se afastar da ditadura, algumas práticas autoritárias permanecem

Os novos líderes da Síria deram passos para afastar o país de uma ditadura,íriatentaseafastardaditaduraalgumaspráticasautoritácomputadores para jogos com planos para mudar os sistemas prisional e de seguran?a, centrais para o poder através do medo do antigo regime dos Assad. Mas sua forma de lidar com ondas de violência sectária, sua falta de inclus?o e a concentra??o de poder nas m?os de poucos levantam suspeitas de que seu estilo de governar siga enraizado no autoritarismo. Afirma a ONU: Desde a queda do governo de Assad, mais de 800 mil refugiados sírios retornaram para casaPauta complexa: Síria deseja cooperar com os EUA para retomar acordo de seguran?a com Israel Por mais de cinco décadas, a Síria foi um Estado comandado pelo terror, onde o regime prisional era um instrumento amea?ador e um símbolo de intimida??o. Torturas e execu??es eram frequentes em locais usados para prender e fazer desaparecer dezenas de milhares de pessoas, e para manter a popula??o sob controle. Em maio, o Ministério do Interior anunciou que iria mudar os sistemas de seguran?a e as pris?es, com o objetivo de garantir os direitos humanos e preservar a dignidade dos detentos. Isso poderia incluir novas pris?es e reformas nas instala??es já existentes para garantir padr?es aceitáveis, afirmou a pasta. Segundo o porta-voz do ministro, Nour al-Din al Baba, “a tirania das for?as de seguran?a” terminou. Diplomacia: Chanceler de Israel cita interesse em normaliza??o com Líbano e Síria, mas exige reconhecimento sobre Gol? Ainda assim, há uma série de sinais de que aqueles que derrubaram o presidente Bashar al-Assad, em dezembro do ano passado, n?o abandonaram velhos hábitos. O novo líder, Ahmed al-Shara, um ex-chefe de um grupo rebelde islamico, mantém o poder concentrrado em suas m?os e nas de um pequeno grupo de aliados, incluindo seus irm?os. — Estruturalmente, ainda é um sistema presidencialista forte similar ao de Assad — disse Mona Yacoubian, diretora do Programa para o Oriente Médio no Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais. Ela afirma que “existe resistência à descentraliza??o do poder” e a permitir que diferentes comunidades tenham voz no governo, mesmo isso sendo crucial em um país como a Síria, que tem uma diversa rede de minorias étnicas e religiosas. Lara Nelson, diretora da ETANA, uma organiza??o de pesquisa com foco nas minorias sírias, afirma que há “preocupantes sinais de continuidade”. Pessoas caminham em celas na antiga pris?o de Sednaya, usada pelo regime deposto de Bashar al-Assad na Síria — Foto: Daniel Berehulak/The New York Times Dito isso, as diferen?as entre o antigo e o atual governo s?o substanciais, afirmam especialistas. Grupos de defesa dos direitos humanos elogiaram os esfor?os para acabar com o Estado policial sírio, mesmo reconhecendo que ainda é cedo para afirmar que a estratégia foi um sucesso total. Quando o Ministério do Interior anunciou mudan?as nas agências de seguran?a em maio, disse que criaria escritórios do governo para receber queixas e manter a transparência. Isso está a anos luz dos dias de Assad, quando os sírios tinham medo de chegar perto dos prédios do aparato de seguran?a. — S?o movimentos importantes — diz Yacoubian, que sugere que os líderes sírios est?o determinados a n?o retornar aos antigos métodos de governo. — E isso é encorajador. A escolha de um novo Parlamento, planejada para este mês, foi inicialmente elogiada como um passo rumo a um sistema mais democrático. Ao invés disso, se tornou um ponto de atrito. Dos 210 assentos, o presidente escolherá um ter?o. Os demais ser?o determinados por órg?os eleitorais formados pelo governo, com um quinto das cadeiras reservadas às mulheres. Na semana passada, a comiss?o eleitoral adiou, indefinidamente, a vota??o em três províncias onde o governo n?o tem controle total, e escolheu, por conta própria, candidatos para representar essas áreas, revelou a imprensa estatal. Foi um duro lembrete dos desafios que o presidente al-Shara tem para unificar um país fraturado por 14 anos de guerra. 'Burquini ou mai?': Síria recomenda que mulheres usem roupas de banho que 'cubram mais o corpo' O governo aut?nomo curso que controla boa parte do nordeste sírio está em negocia??es com Damasco para unificar e se integrar às estruturas políticas e militares, mas as conversas est?o pausadas. Para as lideran?as curdas, as elei??es “s?o uma tentativa de reproduzir políticas de exclus?o que pautaram a Síria por décadas, e que, segundo elas, n?o refletem a vontade do povo. A falta de inclus?o no processo de tomada de decis?es levou à falta de confian?a no governo entre minorias, como os crist?os, os alauítas, os drusos e os curdos, no que se tornou o maior desafio na unifica??o do país. Integrantes dessas comunidades indicados para cargos no governo s?o considerados por especialistas como meros fantoches. — O mais preocupante para mim é a falta de inclus?o ou abertura àqueles com afilia??es políticas diferentes — afirmou Dima Moussa, advogada e ativista de oposi??o durante o governo de Bashar al-Assad. Após Trump: Uni?o Europeia concorda em retirar san??es financeiras contra a Síria A divis?o foi ressaltada por três ondas de violência sectária nos últimos seis meses, envolvendo for?as de seguran?a e seus apoiadores. Na última delas, centenas de pessoas foram mortas, em julho, na província de Sweida, no sul do país, em meio a confrontos entre tribos beduínas e a minoria religiosa drusa. Segundo grupos de direitos humanos, nos três episódios, for?as alinhadas ao governo foram acusadas de realizar execu??es extrajudiciais e outros tipos de violência, por vingan?a ou sectarismo. Damasco condenou os assassinatos cometidos por suas for?as, as acusando de agir fora da lei e iniciando investiga??es. — O país segue fragilizado e o processo de transi??o está por um fio — afirmou o enviado especial da ONU para a Síria, em depoimento recente ao Conselho de Seguran?a; — Os sírios precisam sentir que essa transi??o n?o é uma série de acordos e de institui??es isoladas, mas um caminho claro e amplo, baseado na inclus?o e transparência. Sem reformas e institui??es governamentais fortes, a Síria corre o risco de perder o apoio internacional. Beduínos desalojados pelo conflito em Sweida, no sul da Síria, tentam conseguir alimentos no vilarejo de Umm Walad — Foto: Nicole Tung/The New York Times Atos de vingan?a e de violência sectária minaram aquelas que s?o as prioridades do novo governo: estabelecer a seguran?a e a estabilidade, promover a paz doméstica e unir o país. O teste verdadeiro será a implementa??o das planejadas mudan?as nas for?as de seguran?a, assim como discipliná-las, afirmou Yacoubian. — Ainda há muito espa?o para melhorias — disse Moussa, que é uma ativista pelos direitos das mulheres. — Se pensarmos neste momento, deveríamos estar mais adiante em termos de avan?os, especialmente em quest?es como a economia e a seguran?a, assim como a reestrutura??o das For?as Armadas. Números da ONU: Mais de dois milh?es de sírios voltaram para casa desde a queda de Assad O governo de al-Shara inclui alguns dos ministros com experiência profissional na diáspora, assim como membros de minorias e uma mulher. Isso de alguma forma cumpriu a promessa de inclus?o da nova administra??o. Mas as pastas mais importantes est?o a cargo de aliados, incluindo os ministérios de Rela??es Exteriores, Defesa e Interior, que vêm de um círculo formado por pessoas que estiveram com o presidente nos tempos em que ele comandava o grupo rebelde islamico Hayat Tahrir al-Sham. O ministro do Interior, Anas Khattab, supervisionava o aparato interno de seguran?a do grupo rebelde, que já foi afiliado à rede al-Qaeda. Agora, comanda a reconstru??o e a reorganiza??o das for?as de seguran?a e policiais. Depois da chegada dos rebeldes ao poder, eles demitiram todos os oficiais das for?as de seguran?a, que eram vistos como ferramentas do regime opressivo de Bashar al-Assad. Alguns puderam retornar aos seus empregos, enquanto milhares de novos agentes foram recrutados nos últimos nove meses, passando por um treinamento rápido para que comecem rapidamente em suas novas fun??es. Novo governo: Síria anuncia a reestrutura??o de embaixadas do país no exterior quatro meses após a queda de Bashar al-Assad O chanceler, Asaad al-Shaibani, também esteve com al-Shara por anos, e lidou com as rela??es externas do Hayat Tahrir al-Sham. Seu trabalho agora vai além das rela??es exteriores da Síria e se assemelha ao de um primeiro-ministro, com outros colegas de Gabinete se reportando a ele, segundo diplomatas de outros países. — O que vemos é apenas a inclus?o simbólica de alguns ministros, que até agora n?o têm poder algum — diz Nelson. — O Hayat Tahrir al-Sham ainda controla vários níveis de poder ao redor do governo. 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