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Lendas de Sorocaba: conhe?a histórias de invas?o alienígena e os mistérios da casa dos padres

Uma das histórias apuradas pelo g1,?ahistóriasdeinvas?oalienígenaeosmistéjogo poke que já passou pelas terras sorocabanas e pode ser considerada até hoje um mistério, é o ataque de um suposto extraterrestre que ocorreu em 3 de julho de 1997.

A 'Casa dos Padres' existia desde a época que Sorocaba foi fundada nos anos 1600, mas o prédio foi totalmente demolido em 2014. No entanto, durou tempo suficiente para virar palco de diversas histórias assombradas.

O g1 também conversou com uma professora e autora que morou em Sorocaba e relatou a apari??o de uma nave alienígena na regi?o do bairro Caputera nos anos 90.

1 de 14 Célio de Lima Baptista, de 26 anos, disse ter sido agredido por um suposto alien na noite de 3 de julho, no bairro Vila Helena, zona norte de Sorocaba. Segundo ele, a criatura tinha olhos vermelhos, era alta e possuía m?os em formato de pin?a. — Foto: Arte g1/Guilherme Orsi

A defini??o de folclore, conforme a maioria dos dicionários, envolve elementos e características da cultura popular. Histórias e costumes de um povo representam o folclore de onde moram, e muitas destas histórias podem ser traduzidas como lendas urbanas, algo que o município de Sorocaba, no interior de S?o Paulo, é cheio.

Para celebrar os 371 anos da funda??o de Sorocaba, o g1 reuniu três histórias do folclore da cidade, que v?o desde um ataque alienígena, os terrores da Casa dos Padres e até a visita de uma nave alienígena no bairro Caputera.

?? Ataque alienígena na Vila Helena em 1997? Casa dos Padres: refúgio ou local de tortura??? Nave extraterrestre e figura misteriosa no Caputera?? Outras histórias

Uma das histórias apuradas pelo g1, que já passou pelas terras sorocabanas e pode ser considerada até hoje um mistério, é o ataque de um suposto extraterrestre que ocorreu em 3 de julho de 1997. O caso foi parar na justi?a e, mesmo depois da vítima ter feito exames no Instituto Médico Legal (IML), a causa dos ferimentos n?o foi identificada.

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Ataque alien na Vila Helena

Tudo aconteceu na noite do dia 3 de julho, em um matagal no bairro Vila Helena, na zona norte de Sorocaba. Célio de Lima Baptista, que tinha 26 anos na época, relatou ter sido agredido por um ser que n?o parecia humano. Segundo ele, a criatura tinha olhos vermelhos, era alta, tinha m?os de pin?a e emitia sons estranhos. O jovem até fez um desenho para tentar representar a criatura diante das autoridades. Confira abaixo.

2 de 14 Célio desenhou o ser extraterrestre que teria lhe agredido em 1997, em Sorocaba (SP) — Foto: Jorge Facury/Arquivo pessoal

Na época, o vendedor aut?nomo, que também era praticante de artes marciais, registrou um boletim de ocorrência por les?o corporal no 8o Distrito Policial da cidade. O g1 conversou com os irm?os Jorge e Michel Facury, ufólogos e professores de Sorocaba, que fazem parte do Grupo de Estudos e Pesquisas Ufológicas de Sorocaba (GEPUS) e investigaram o caso, que segue como inexplicado.

"O caso chegou através de uma solicita??o da promotora de justi?a Mara Gazzy, em tempo de andamento processual. Já a ponto de encerramento, ela achou por bem buscar especialistas, visto que o réu no processo n?o era considerado criatura humana. Foi ent?o que soubemos que houve atendimento policial e posterior a??o judicial sobre o fato vivido pelo testemunhante. Antes disso n?o o conhecíamos, nem sabíamos do fato", contou Jorge.

Segundo Michel, esta foi a primeira vez na história da ufologia nacional que ocorreu um fato relevante a ponto de ser levado à justi?a.

3 de 14 Célio de Lima Baptista morreu meses depois de supostamente ter sido agredido por um extraterrestre em Sorocaba (SP) — Foto: Jorge Facury/Arquivo pessoal

Em 1998, os irm?os entraram em contato com Célio e fizeram diversas entrevistas, a fim de coletar mais indícios que comprovassem se a situa??o se tratava de um caso extraterrestre ou se seria necessária uma investiga??o de nível psicológico. Na época, uma ufóloga e hipnóloga de Jacareí (SP) viajou até Sorocaba, a convite dos Facury, e submeteu o rapaz a uma sess?o de hipnose.

A investiga??o buscava reviver os fatos e analisar os dados que existiam na delegacia, como o fato de Célio ter sido agredido e sofrido uma perfura??o no dedo que, segundo o próprio médico legista, foi feita por um material perfurante desconhecido.

"Tudo que se sabe é que ele (Celio) passou por uma experiência traumática com circunstancias que o levaram até atendimento policial. Portanto, n?o afirmamos que seja algo extraterrestre, apenas a testemunha narrou os fatos e foi algo que veio do céu. é uma pesquisa que chega até nossos dias inconclusa, infelizmente, e tudo indica que n?o terá um desfecho, visto que, após um tempo, Célio foi assassinado", lembrou o especialista.

Segundo Jorge, n?o há indícios que comprovem que Célio tenha sido agredido por um ser extraterrestre, no entanto, a promotoria ficou impressionada com o fato do rapaz ter contado a mesma história perante as autoridades, em períodos diferentes, com a mesma lucidez e detalhamento sem contradi??es ou deriva??es.

4 de 14 Da esquerda para direita est?o Célio Baptista, Jorge e Michel Facury, em Sorocaba (SP), em 1998 — Foto: Jorge Facury/Arquivo pessoal

O g1 teve acesso a documentos registrados na época, que comprovam a ocorrência e as investiga??es dos irm?os Facury.

Entretanto, novos depoimentos de Célio n?o puderam ser coletados pela Justi?a, pois meses depois do ocorrido e das entrevistas, o vendedor foi morto a tiros no mesmo bairro. O caso foi arquivado em 98 pela Vara Criminal da cidade, pois o suposto agressor n?o foi identificado.

Anos depois, os irm?os acompanham se haverá algum desdobramento do caso.

"Com rela??o ao falecimento de Célio, ainda n?o nos foi fornecido materiais a respeito. Nós ainda desejamos fazer um andamento nisso, né? Assim que a justi?a nos proporcionar isso publicamente", finalizou Michel.

Uma reportagem feita oito meses depois da ocorrência mostra um relato de Célio com detalhes sobre o que passou, além de um depoimento da promotora de justi?a Mara Gazzy. Assista abaixo.

5 de 14 Caso de suposta agress?o cometida por extraterrestre foi arquivado pela promotoria de justi?a de Sorocaba (SP) em 1998 — Foto: Jorge Facury/Arquivo pessoal

? Casa dos Padres

6 de 14 Edifício histórico, que existia desde a funda??o de Sorocaba nos anos 1600, se tornou conhecido na regi?o pelas diversas lendas e relatos sobrenaturais antes de sua demoli??o. — Foto: Arte g1/Guilherme Orsi

Quem mora na regi?o do limite entre Sorocaba e Votorantim certamente deve ter ouvido falar da famosa "Casa dos Padres". O edifício, que existia desde a época em que a cidade foi fundada, nos anos 1600, foi totalmente demolido em 2014, mas durou tempo suficiente para virar palco de diversas histórias assombradas.

Ao g1, o historiador e jornalista Celso Ribeiro, conhecido como "Marvad?o", contou que o local funcionava como um mosteiro beneditino, com sacerdotes que vieram para a cidade junto de Baltazar Fernandes, fundador de Sorocaba. No entanto, o prédio ficou abandonado por anos após dois incêndios e era invadido com frequência por jovens curiosos. Veja vídeo feito por Marvad?o abaixo.

"A casa fica ao lado da Rodovia Raposo Tavares, está entre vários condomínios. Acho que n?o demora muito para o terreno virar mais um. Fica perto do Shopping Panoramico, área que já foi de cria??o do bicho-da-seda antes de virar shopping. Há relatos que, de noite, às vezes, apareciam imagens e sons na casa. Falam que havia um túnel do casar?o dos padres até o rio, onde fica a queda dos Guimar?es, perto da ponte da Raposo", disse.

Segundo Celso, existem diversas vers?es sobre o que acontecia no local, porém, n?o há muitos registros que comprovem a veracidade de nenhuma delas. Uma das lendas sobre a Casa dos Padres é de que escravos da chácara eram mortos e torturados pelos sacerdotes se descumprissem ordens.

Outra teoria diz que os escravos costumavam fazer visitas aos sacerdotes para rezar e, quando eram flagrados no endere?o pelo dono da propriedade, fugiam por um túnel com a ajuda dos padres.

7 de 14 Casa dos Padres, localizada entre Sorocaba e Votorantim (SP), possui diversas histórias sobre ser assombrada — Foto: Reprodu??o/Facebook

Também existe outra história que diz que a maioria dos escravos morreu depois de um incêndio na propriedade. Depois disso, a casa, que era de madeira, foi reconstruída com concreto.

Mas, anos depois, um outro incêndio matou os próprio padres e, por isso, segundo a lenda, os sons ouvidos pelos visitantes da regi?o eram as risadas e batuques dos escravos, que comemoravam o desfecho de seus torturadores.

"Falam em escravos castigados, outras lendas falam que os padres protegiam os escravos. Já ouvi até que os padres davam tiros de sal grosso com espingardas em quem invadia a chácara para pegar frutas", acrescentou Celso.

O g1 entrou em contato com o Mosteiro de S?o Bento da capital paulista para verificar fatos históricos sobre a existência deste prédio e sua rela??o com a igreja católica, mas n?o obteve resposta até a última atualiza??o desta reportagem.

Em nota, o Mosteiro de S?o Bento de Sorocaba informou que o local n?o era um mosteiro, mas sim a casa da Fazenda S?o Bento, que n?o pertence mais à igreja. As terras foram vendidas na década de 1970 e, segundo os sacerdotes, n?o tiveram mais notícias sobre o que era feito no terreno desde ent?o.

O funcionamento da fazenda, de acordo com o mosteiro, aconteceu após 1900, e portanto, o local n?o possuía escravos, mas sim funcionários. A área era usada para a cria??o de vacas, horta e cultivo de frutas.

8 de 14 Entrada do terreno em que estava a Casa dos Padres, em Sorocaba (SP) — Foto: MARVAD?O/YouTube

Jo?o Fernandes, de 64 anos, é pastor em Votorantim e relatou ao g1 que é descendente de um dos escravos que, segundo ele, estiveram na Casa dos Padres.

"Envolve a história da comunidade quilombola, com o José Joaquim de Camargo, nosso tatarav?. Eu e minha família somos remanescentes de quilombo e faz parte também da Casa dos Padres, né? Porque nossos ancestrais eram socorridos pelos padres na época", disse Jo?o.

Segundo Jo?o, na época, os escravos que tentavam fugir eram perseguidos por um capit?o-do-mato, homem reconhecido por tentar evitar delitos de escravos e recapturá-los para os seus senhores em troca de prêmios. Para se esconder do capit?o, os escravos eram acolhidos e escondidos na Casa dos Padres.

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9 de 14 Jo?o Fernandes, de Votorantim (SP), é descendente de escravos — Foto: Arquivo pessoal

?? Nave alienígena no Caputera

10 de 14 Andreza Eruska Louren?o, professora e autora que morava em Sorocaba, contou ao g1 sobre uma noite que marcou sua família: a apari??o de um objeto voador n?o identificado na regi?o, transformando uma noite comum em uma lembran?a inesquecível — Foto: Arte g1/Guilherme Orsi

Uma noite que parecia comum para uma família que morava no bairro Caputera se transformou em uma lembran?a que marcou a vida de todos, em 1995. O g1 conversou com Andreza Eruska Louren?o, professora e autora que morou em Sorocaba e relatou a apari??o de uma nave alienígena na regi?o.

"Era por volta das 23h, minha avó e minha m?e, conversavam na cozinha e elas ouviram um barulho alto e viram uma luz intensa vinda do terreno ao lado. A luz iluminou toda a parte de trás da casa e elas conseguiram ver vultos que se movimentavam e conversavam", contou.

Segundo ela, em um determinado momento entre as conversas, que eram inaudíveis, um dos vultos fixou algo preto no vidro da janela da casa, que parecia a figura de um gato preto, mas tinha forma indefinida.

As duas permaneceram imóveis, apenas observando, sem emitir sons. A janela estava fechada e a casa n?o possuía grades. Depois de um tempo, o objeto foi removido e os vultos desapareceram. Em seguida, um barulho alto foi emitido e a luz se dissipou.

11 de 14 à esquerda está a vó de Andreza, à direita est? Andreza e sua m?e, quando moravam na regi?o de Sorocaba (SP) — Foto: Arquivo pessoal

"No dia seguinte, ao examinarmos o terreno, constatamos que o capim estava amassado em formato circular, sem estar quebrado ou morto. Havia também um pó cinza sobre o capim. O evento ocorreu por volta de 1995, antes do filme 'Sinais', lan?ado em 1998, ent?o a experiência n?o foi influenciada por qualquer mídia", destacou Andreza.

A m?e e a avó de Andreza já morreram, mas ela se lembra da clareza e convic??o de ambas ao contarem a história. Para Andreza, relembrar este evento e os momentos que tinha com a família debatendo o ocorrido é algo gratificante, especialmente por lembrar das pessoas que ama que já n?o est?o mais com ela.

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12 de 14 Vista via satélite do bairro Caputera, em Sorocaba (SP), no ano 2011, mostra regi?o onde Andreza morava — Foto: Google Earth/Reprodu??o

?? Sorocaba coleciona histórias

Além dos relatos anteriores, o g1 reuniu com o historiador Carlos Carvalho?Cavalheiro, também de Sorocaba, outras histórias que comp?em o folclore do município.

Segundo Carlos, até o início do século XX, algumas pessoas acreditavam que um barril ou tonel era arremessado no Rio Sorocaba todas as noites, durante a madrugada, na Rua Coronel Cavalheiros. O barulho era descrito como muito alto e assustador. Além de acordar quem morava por perto, ninguém nunca descobriu a origem dele ou o que era arremessado no rio.

Entre o fim da década de 1980 e 1990, outra lenda urbana se popularizou na cidade, envolvendo uma boneca da apresentadora Xuxa Meneghel. De acordo com o historiador, o caso, que até ganhou espa?o na imprensa, discorre sobre o brinquedo estar "possuído" pelo dem?nio e precisar ser exorcizado na Catedral de Sorocaba. A lenda da boneca causou uma aglomera??o na porta da Catedral, com pessoas curiosas para ver a?boneca amaldi?oada.

13 de 14 Jornal Diário de Sorocaba, de Sorocaba (SP), deu destaque para caso de boneca possuída, em 1989 — Foto: Reprodu??o/Diário de Sorocaba/Projeto Memória Jornal Cruzeiro do Sul

Na década de 1970, a Rua Doutor Campos Salles foi palco de outra história assustadora. De acordo com Carlos, havia a lenda de um motorista misterioso que atropelava pessoas e fugia dando gargalhadas com seu "fusca fantasma". As testemunhas da época sempre relatavam que n?o conseguiam visualizar alguém dirigindo o veículo, apenas ouviam as risadas.

Outra história mencionada por Carlos, é sobre as grades antigas do grupo escolar Ant?nio?Padilha, no Centro da cidade.

"Se você verificar, a grade parece ter o número '666', dos dois lados, o esquerdo e direito. Ao centro, parece uma igreja de cabe?a?para?baixo. N?o se sabe, ao menos eu n?o sei, quem fez essa grade, mas parece que há algum recado ligado à Besta do Apocalipse 666 e?à?falsa?igreja", finalizou o historiador.

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14 de 14 Existem lendas sobre as grades da escola E.E Antonio Padilha, em Sorocaba (SP), segundo historiador — Foto: Carlos Carvalho?Cavalheiro/Arquivo pessoal

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